terça-feira, 29 de janeiro de 2013

3ºCap.Web Novela Adorável Magnata

             

                                                                 3º Capítulo.



Decidiu continuar a conversa sobre bebes. Era um terreno neutro e que conhecia muito bem.

— Como eu estava dizendo, todos os bebes passam por esta fase. Eles aprendem a usar o próprio corpo, a controlar seu pequeno mundo e ate a controlar os pais. Tenho certeza de

que o choro de Marie tirou a mãe dela da cama no meio da noite, muitas e muitas vezes. E uma especie de teste; o bebe quer saber se a mãe responde ao seu apelo.

Fez-se um longo silencio, entremeado apenas pelo som de Marie brincando com a banana.

— Marie teve o carinho e a atenção da mãe por pouco tempo. Seus pais morreram há sete meses. Sou o único parente da menina — Arthur expôs.

O olhar de Lua saltou da criança para o homem do lado da cadeirinha alta, cuja expressão parecia esculpida em pedra. Nos olhos cinzentos havia muita dor. A admiração dela por ele aumentou. Era como se partilhasse daquela tragedia familiar.

— Sinto muito. Eu não fazia ideia…

— Você não leu a noticia do acidente nos jornais?

Ela sacudiu a cabeça e Arthur franziu a testa, como se estivesse surpreso. Certamente ele a tomava por outro tipo de jornalista e estranhava o fato de ela, como dona de um periódico, ignorar uma noticia que, na época, devia ter causado impacto.

— Se você preferir, voltarei para a entrevista em outra ocasião — Lua sugeriu, fazendo menção de pegar a bolsa.

Arthur segurou a mão dela.

— Não precisa ir embora. Ainda doí muito falar sobre o assunto, mas estou aprendendo

a superar o que aconteceu.

O toque da mão dele desencadeou em Lua uma onda luminosa e incandescente.

Com esforço, perguntou:

— Como foi o acidente?

— Ocorreu perto daqui. Houve um defeito no sinal da estrada de ferro quando meu irmão e a esposa iam atravessar os trilhos e o trem expresso chocou-se com o carro deles. Só Marie sobreviveu porque estava bem amarrada com o cinto de segurança, na cadeirinha de bebe, no assento de trás. Pelo estado em que ficou o carro, foi um milagre ela não ter sofrido um arranhão sequer.

Desta vez Lua não conseguiu conter as lagrimas.

— Que tragedia terrível.

— Foi, mas a vida continua. Marie só tem a mim no mundo e estou disposto a criá-la da melhor maneira possível.

Marie, com as bochechas redondas, por causa das bananas, pulando na cadeirinha alta, era a imagem de uma criança sadia e feliz, Lua reconheceu. Não se considerando o babador e o rosto sujos de espinafre, a garota estava muito limpa usando um encantador vestido de tecido leve, com estampa de ursinhos. Um laco de fita cor-de-rosa enfeitava-lhe os cachinhos castanhos.

Marie estava em condições bem melhores do que o tio, cuja aparência era a de quem entrara apressado dentro da calca e não tivera tempo de barbear-se. Uma sombra azulada escurecia-lhe as linhas fortes do queixo e acentuava-lhe o ar de cansaço.

Lua desejou poder ajudar aquele homem que exercia tão forte poder de atracão sobre ela. Porem, viera ate a fazenda apenas para conseguir um artigo sobre a famosa casa de bonecas Aguiar e agora, sabendo da tragedia que se abatera sobre a família, como abordar o assunto? Impossível, decidiu.

— Lamento, mas e melhor eu ir. A entrevista pode ficar para ocasião mais propicia.

— Droga, você não precisa sentir pena de mim — Arthur replicou imediatamente. — Já chega o que tenho passado com meus vizinhos. Quero ser tratado como qualquer outra pessoa. Fique, Lua , e tome uma xícara de cafe comigo. Afinal, você disse que era melhor eu manter-me ocupado enquanto Marie esta comendo.

— Esta bem. Aceito o cafe, se não lhe der trabalho — tornou Lua , sorrindo.

— Preciso de um cafe depois do que passei esta manha. Como você quer o seu?

— Forte, com um tablete de açúcar — ela respondeu, sentando-se em um banquinho, perto do balcão.

Deu um meio sorriso ao observar o pacote aberto de flocos de cereais com chocolate e uma tigela de plastico com leite. Evidentemente, Arthur não tinha um breakfast saudável, deduziu. Em voz alta, comentou:

— Se é só disto que você se alimenta, não e a toa que parece cansado.

— Como conseguir tempo para cozinhar? — ele questionou, colocando a chaleira no fogo e deixando tudo preparado para o cafe.

— Se você quiser, faco uma omelete de dar água na boca — ela propôs.

Ele aceitou a ideia com entusiasmo e sentou-se, por sua vez, numa das cadeiras, perto da mesa.

— Ótimo. Mais tarde tomamos o cafe. Fique a vontade. Encontrara os ingredientes no refrigerador.

Pouco depois, Lua batia seis ovos, acrescentava um pouco de leite, juntava com fartura lascas de queijo e salsinha fresca que havia colhido dos pés que cresciam no vaso

de cerâmica sobre o parapeito da janela. A mistura foi levada ao fogo em uma frigideira de

ferro e em alguns minutos ficou pronta a delicia cheirosa e dourada que ela colocou, orgulhosa, no prato de Arthur .

— Já vi que você encanta os bebes e opera maravilhas na cozinha — ele elogiou-a, provando a saborosa omelete.

O orgulho de Lua impediu-a de dizer que só sabia fazer omeletes e nesse prato, realmente, era uma especialista. Observou com prazer Arthur comendo com apetite, e apreciou mais ainda as exclamações que ele emitia entre as garfadas.

— Hum! Que delicia! Muito boa mesmo!

Para ocupar-se, ela retirou os objetos sujos da mesa, lavou-os na pia, em seguida

limpou o rosto e as mãos de Marie, ergueu-a da cadeirinha alta e entregou-a ao tio.

— Agora os dois estão satisfeitos.

— Muito satisfeitos. Tivemos a sorte de receber esta fada-madrinha, não é mesmo, Marie? — falou Arthur , balançando a garotinha sobre o joelho, provocando-lhe o riso. — Esta vendo, Lua ? Ela concorda comigo.

O quadro daquele homem tão másculo abracado a garotinha, cuja cabeça estava repousada no peito nu, enterneceu Lua e fez com que suspirasse, desejando também poder ter um bebe no colo. Para distrair a atenção, sugeriu:

— A água já ferveu. Eu termino de fazer o café.

O fato de ocupar-se com o cafe e, depois, em procurar as xícaras no armário, deixou-a mais tranquila.

Voltou-se para Arthur para servir-lhe o café, mas tanto ele como o bebê encostado em seu peito dormiam, serenamente.



Boom por hoje é só...Até amanhã amores!
Comentem Bastanteee! ;;)

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